sexta-feira, 16 de março de 2012

Why We Fight?

O belo documentário da BBC que foi traduzido para o português como "Razões Para a Guerra" é um raro filme que mostra um outro lado das guerras travadas pelos americanos. A pergunta é simples: por que estamos em guerra? Porém, ao fazê-la para grande parte da população americana as repostas não são conclusivas. Ou seja, não está claro para a população americana (e muito menos para a mundial) os motivos das guerras americanas. Não apenas as recentes (Iraque), como também todas as outras invasões ocorridas desde a segunda guerra mundial. O filme abre a cabeça e nos faz pensar sobre os reais motivos das guerras americanas: ideais democráticos ou imperialismo puro?


Ao leitor já acostumados com os temas de economia e mercado financeiro tratados neste blog, peço licença para falar sobre um outro assunto que gosto muito: geopolítica. Aliás, o tema talvez seja mais "econômico" do que muitos outros temas já tratados aqui, por menos que pareça. Um dos tópicos bastante abordados durante o documentário é a razão econômica por trás das guerras. Desde funcionários públicos do alto escalão que largam a carreira para se tornarem executivos da indústria bélica (após estas ganharem algum contrato bilionário) até o interesse político de senadores que aprovam orçamentos de guerra com um viés de manter a indústria e empregos nos seus locais de votação. Quase tudo culmina em alguém tirando algum proveito financeiro da situação. Há, inclusive, um relato de um político que tinha um patrimônio de US$ 1.5 milhões e após essa "mudança de carreira" passou a ter US$ 70 milhões declarados (tudo isso em um período de 5 anos).

Sob o argumento de defender a "liberdade" ou "democracia", os Estados Unidos se aproveitam para ampliar uma política que é muito menos relacionada com ideais humanos e mais relacionada com um imperialismo estúpido que vem desde a segunda guerra mundial e um capitalismo voraz que culmina na manutenção de uma máquina de guerra (a indústria da guerra americana) que sustenta políticos, empresários e a própria sociedade americana. O filme já começa com um discurso do ex-presidente Eisenhower em 1961 que já alertava para os perigos de se alimentar esta "máquina de guerra" americana. Desde então, o documentário mostra que nada foi feito e o "alerta" acabou se tornando uma profecia do que está ocorrendo.

E não pense que é uma crítica cega "anti-americana". Pelo contrário, o pano de fundo principal do fundo são os ataques às torres gêmeas em 11/09. Aliás, mostra-se que logo após os ataques houveram protestos ao redor de todo o mundo em solidariedade ao povo americano (inclusive, 1 milhão de pessoas em Teerã, capital do Irã). Era o momento em que o mundo todo se tornou "aliado" dos americanos e o que eles fizeram com isso? Nada! Se aproveitaram e invadiram Iraque e Afeganistão gerando uma onda anti-americana que nunca foi tão grande. Internamente, o movimento "NO WAR" também cresce, mostrando que as razões para a guerra podem não ser as mais corretas para os olhos da população mundial em geral.

Por fim, o filme faz um explícito comparativo entre a política imperialista americana e o império romano onde também se imaginou que o uso da força e a demonstração de que não havia outra máquina de guerra tão poderosa garantiria a ampliação do "império". A grande provocação final do documentário é que isso não garantiu a sobrevivência dos romanos e dificilmente garantirá a dos americanos. Vale a pena assistir e tirar suas conclusões!

Ps. Para os interessados, veja o filme abaixo:





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